“And you could have it all
My empire of dirt
I will let you down
I will make you hurt”
I will let you down
I will make you hurt”
Johnny Cash
A vida às vezes é muito engraçada ao som de Johnny Cash... Já pela segunda vez esse ano ela se mostrou completamente bela e desconhecida a mim. Na primeira, no início do ano, estava numa das piores tempestades que já tive o desprazer de enfrentar. Estava voltando da escola em que leciono, numa manhã qualquer, não lembro exatamente, não dei importância quando aconteceu... No caminho de volta vi num pasto uma coisa que me chamou a atenção, dois cavalos brincavam à sua maneira, corriam e pulavam no pasto pequeno e apertado... O avanço da cidade é cada vez mais acentuado, principalmente em minha cidade industrial... Circulavam as árvores mirradas que dão sombra às criaturas quando sol, e protegem da chuva quando a há... Isso me pareceu uma coisa totalmente inesperada no momento. Fiquei uns quinze minutos observando a alegria sem causa nem propósito daquelas criaturas tão belas quanto estranhas a mim, menino de cidade pequena, adulto de cidade grande. O mundo parecia tão belo naquele momento (em geral me parece tão sombrio!). Bem no meio da tempestade uma mudança repentina dos ventos... Depois ela continuou, é verdade, mas foi amainando até parecer ter sumido de vez. Este momento meu com os cavalos, foi exatamente no meio dela.
Mas como nada é perfeito, estou novamente numa tempestade daquelas!
E alguma coisa aconteceu denovo hoje. Não consegui dormir a noite inteira esperando alguém que não virá, ou se vier não sei o que acontecerá, nunca sei... Quando finalmente, lá pelas 4 horas resolvi dormir, não pude. Insônia... Tenho às vezes. Sem conseguir dormir... rolando na cama... comecei a prestar atenção na escuridão. Nada se via além da minha janela de onde emanava uma claridade, fraca é verdade, mas estava ali. Na noite anterior, outra de insônia, não estava ou parecia não estar. Fechava os olhos e ainda via minha janela levemente iluminada... Desisti de dormir de vez e fui fumar um cigarro na janela... Era a lua, uma bela lua! Como se fosse desenhada ali. Não parecia real. Talvez por isso mesmo me parecia a Bela Lua. Uma lua que deixei partir. Ou melhor, mandei embora e ainda me dói a sua falta... Alguma coisa definitivamente estava errada nessa história! Mas como nada havia que pudesse fazer a respeito da lua às 5 da manhã, e deveria dar aula às 7, voltei a rolar na cama pensando na bela lua.
Quando quase adormeço, 7 horas e tenho de voltar à tempestade...
3 comentários:
Já te disse que gosto de crônicas?
Sei lá porque, mas elas parecem ter um ar de poema escrito em prosa...
Sinceramente, quando começaste a falar de cavalos e de sono, lembrei de um filme que vi um tempinho atrás que abria com o sonho de um cara que queria ser livre como um cavalo... é algumas dessas comédias românticas hollywoodianas... =T
Ah, o nome do teu blog podia ter mudado para cheirodejaca.blogspot.com também... Bem original, embora meio conflitante...
Ai, boa noite.
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simbolista até a última linha...
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bela crônica... acho que já vivi algo assim!
RIco
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