10 fevereiro 2008

dangerosíssima conversa

por que insisto em conversar contigo, carlos?
você vem com essa voz fanhosa
[de poeta morto
e, insensível para comigo,
[sempre me faz lembrar
não quero lembrar, carlos!
não vê que quando lembro bebo, fumo, choro e desespero?
porra, carlos!
me diga algo algum dia que não
[me lembre nada, carlos
não é pra sofrer mais que falo
[contigo, ou é?
vens com essa lua, esse conhaque e me bota comovido como o diabo!
porra, carlos!
não amo teresa, nem maria, nem lili, nem ninguém
e sempres tem de me fazer pensar que amo
um amor fora do tempo...
que habilidade tens em tornar as palavras mais belas, carlos
mas me fazes sofrer sempre, quanto mais belas tornas as palavras
mais dor sente este reles que nunca te conheceu
mas que ainda ouve suas palavras duras em voz mansa...
ah, carlos... por que ainda insisto em conversar contigo?

5 comentários:

Anônimo disse...

sois gauche amigo meu, gauche... esses dias também estive conversando com ele.
=]

Felipe disse...

Simplesmente porque não se resiste ao chamado de Carlos...

Não confunda com puxa-saquismo de calouro, que meus elogios não são rameiras da esquina, mas curti teus trabalhos.

anna legroski disse...

é tão bom ver que nem todos os bons poetas estão mortos. ^^

joãoninguémdasilva disse...

"eis-me prostrado a vossos peses
que sendo tantos
todo plural é pouco"

e

"como viver o mundo em termos de esperança
e que palavra é essa que a vida não alcança"

LoiW disse...

ou gente eu kero sabe o q significa dangerossisma e tever e roupa insideravel